quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Desligamento de Edilza Fontes da DS: breves considerações


Recebemos por email a carta da professora Edilza Fontes informando seu desligamento da corrente Democracia Socialista, e a opção por compor outro agrupamento petista, desmentindo assim as insinuações de que estaria migrando para outra legenda.

Não vimos nada demais na carta. Edilza não rompeu por discordar de questões políticas, por um interpretação diferente da conjuntura internacional, nada disso. Nada há além do claro reconhecimento da autora da missiva que não gosta de ser contrariada. Enquanto mandava e desmandava na corrente, a professora Edilza estava contente. Quando passou a ser contrariada, pulou fora.

Quando um cidadão, ou cidadã, deseja compor um grupo político, deve ter a clara noção de que está ali para ganhar e para perder, para compor o grupo majoritário ou, quando em minoria, pra acatar o posicionamento do grupo vencedor. Essa é a regra básica de qualquer forma de organização, seja ela política ou não. Se for sempre o vem a nós, então não existe um grupo, existe sim a vontade do um sobre o todo.

A professora Edilza, pela sua condição de historiadora e ex-militante de uma organização marxista-leninista clandestina que era o PRC, deve saber disso. Logo, causa estranheza o desagrado em ser derrotada internamente. Está fingindo não conhecer a regra do jogo? Não sei.

O certo é que concordo com ela quando diz que todas as pretensas candidaturas em um grupo político são legítimas. Mas discordo que todas devem ser efetivadas. Acho que qualquer organização que pleiteia intervir na conjuntura para determinar o rumo da história deve ser capaz de traçar uma estratégia, e no mudar da conjuntura, determinar as táticas mais adequadas para alcançar as metas estratégicas. Entre estas táticas está a tática eleitoral.

Assim, por mais legítimas que sejam as candidaturas, se não se enquadram na tática, não são adequadas para o momento. Aprendi estas coisas na formação política que tive em organizações de esquerda, que reivindicavam o materialismo-histórico como matriz teórica para a interpretação da conjuntura. Acredito que estas regras ainda valem para uma análise nos dias de hoje. E os velhos esquerdistas, esqueceram disso? Pois se ficam fazendo biquinho, acho que sim.

6 comentários:

Anônimo disse...

Levi,

O materialismo histórico não tem nada a ver com modelos organizativos.
Sair de uma corrente pode se dar puramente por falta de espaço político. As nuvens não tem rostinhos e o sol não dá bom dia em política, por isso acho que é uma conversa para lá de "secundarista" essa história de que só se justificam rpturas por questões "de fundo". Ademais, Edilza, sem espaço na DS, buscou na Rede do Arroio, que é da Mensagem ao Partido tanto quanto a DS, mantendo-se praticamente na mesma opção política, mas com o espaço para agir que desejava.
Querer ser candidata não é crime algum. Isso é mais uma bobagem de uma formação política que estancou no movimento secundarista. Não é crime, nem oportunismo. É uma postulação democrática legítima.
Para terminar, a DS não é uma corrente democrática. Suas instâncias dirigentes não reúnem, não planejam, as bases são massa de manobra encoleiradas pela ameaça de perder seus cargos no governo ou apoio financeiro nos movimentos em que atuam e tudo é operado pela máquina sem controle algum que é a Casa Civil. Logo, é risível a afirmação de que Edilza "perdeu a disputa interna". Só você deve acreditar nisso ou então fez postagem sob encomenda.

Anônimo disse...

Acho que esta postagem poderia ter outro nome,por que:
PAU CANTA NO NINHO DO PT!

Levi Menezes disse...

Anônimo número 1: apesar de tentar me desqualificar, moderei positivamente seu comentário porque acho que você concorda comigo em gênero, número e grau: o único motivo para a saída de Edilza da DS foi seu interesse particular em se candidatar. O chato disso é ficar fazendo cartinha de desligamento de 3 laudas e dando entrevista em programa de TV simulando crise política, como se tivesse algo importante a dizer.

Levi Menezes disse...

Anônimo número 2: o pau cantar no ninho do PT não é novidade nenhuma. A diferença entre o porradal do PT e dos demais partidos é que eles não ficam se sabotando nas campanhas majoritárias, como fizeram, fazem e farão os tucanos. Podem até sabotar as campanhas proporcionais, mas a majoritária não.

Anônimo disse...

Você fica melhor comentando assuntos internacionais, quando passa para questões locais e internas do PT fica muito rasteiro.

Levi Menezes disse...

Faz tempo que as questões internas do PT estão mais rasteiras que barriga de cobra, caro anônimo...