sábado, 12 de setembro de 2009

11/9 : O terror como tática numa guerra midiatizada


Hoje completam-se oito anos dos atentados perpetrados pela organização radical islâmica Al Qaeda contra o território americano. Atentados estes que foram o estopim para uma série invasões militares dos EUA a países asiáticos, o Afeganistão e Iraque, no que aqueles e sua indústria de propaganda chamaram de guerra ao terror.

Mas queria me deter em um fato que é bastante significativo, e que raramente é citado nas lembranças deste acontecimento: a simbologia por trás dos atentados.

A Al Qaeda é uma organização islâmica misteriosa, supostamente liderada pelo multi-milionário saudita Osama Bin Laden. Digo supostamente porque, até hoje, muito pouco se sabe da estrutura e do funcionamento desta organização. Algumas fontes sugerem a existência de centenas de milhares de militantes treinados em todo mundo para executar ações radicais. Outras, que talvez não haja nenhum.

O certo é que esta organização, cuja origem está ligada a um movimento de não-afegãos organizado e treinado pela CIA para combater a ocupação militar soviética no Afeganistão e que teve em Bin Laden uma espécie de tesoureiro, hoje combate a existência de estados laicos no Oriente Médio e a presença de Israel na região. Por ser os EUA o principal apoio internacional de Israel, tornaram-se o maior inimigo da Al Qaeda.

Voltando aos acontecimentos de 11 de setembro, a indústria de propaganda norte-americana buscou apagar a existência de outros ataques sincronizados e realizados no mesmo dia. O primeiro, que conseguiu ser executado, foi o ataque ao Pentágono, prédio abriga as sedes das forças armadas norte-americanas, pelo vôo 77 da American Airlines.

O outro ataque seria executado com o avião do vôo 93 da United Airlines, e teria como suposto alvo a Casa Branca, em Washington DC. Contudo, o avião caiu, ou foi derrubado por caças americanos, antes de chegar ao seu objetivo.

O motivo sugerido por trás desse apagamento do ataque ao Pentágono indica a segurança nacional norte americana. Contudo, podemos claramente afirmar que estes motivos são ideológicos.

Os ataques promovidos pela Al Qaeda, ou por quem quer que tenha sido seu mandante, tinham como objetivo mostrar ao mundo inteiro, em primeiro lugar, que o território de Tio Sam não era inexpugnável.

Em segundo lugar, mostrar que a necessidade imperiosa do capitalismo por mão de obra barata, que nos países de capitalismo central é constituída de imigrantes, muitas vezes ilegais, é a fragilidade do sistema de defesa destes países.

Em terceiro, atingir simbolicamente o pilar de construção do poderio norte-americano: o poder econômico (World Trade Center), o poder militar (Pentágono) e o poder político (Casa Branca).

A transmissão ao vivo para o mundo todos dos ataques, utilizando o aparato de telecomunicações dos EUA, deu destaque mundial a Al Qaeda e seu suposto líder. Ajudou a arregimentar diversos lutadores para a grande jihad mundial, fortalecendo milhares de pequenas organizações associadas ou não à Al Qaeda. Por fim, pipocou atentados terroristas por todo o mundo.

Apesar dos bilhões de dólares gastos pela máquina de guerra norte-americana, da ocupação militar de dois países, Osama Bin Laden continua escondido nas montanhas afegãs, mostrando aos militantes islâmicos que a jihad continua. Conseguirá Obama dar uma resposta a essa crescente? Ou o todo poderoso capitalismo continuará sendo derrotado por pastores de cabras das montanhas afegãs?

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