segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Governo entrega casas populares para acelerar instalação de siderúrgica


A governadora Ana Júlia Carepa entregou na tarde desta sexta-feira (20), no município de Marabá, 12 casas para famílias desalojadas da área onde será construída a siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa). As famílias, que moravam em barracos de taipa cobertos com palha, no KM-07 da rodovia BR-230 (Transamazônica), passam a residir em casas de alvenaria em lotes de 270 m2, com dois quartos, abastecimento de água, coleta de esgoto, rede elétrica e ruas pavimentadas.

As casas representam um investimento de R$ 400 mil, e representam uma mudança na relação entre os grandes projetos e as populações afetadas, que agora contam com todo o suporte do poder público para a melhoria da qualidade de vida. "É muito mais do que o simples ato de melhorar a vida dessas pessoas. É um investimento pequeno comparado à consequências futuras", frisou a governadora Ana Júlia Carepa na cerimônia de entrega das casas. "As habitações simples, sem nenhuma estrutura, estão sendo trocadas por essas casas com toda a infraestrutura, paisagismo, saneamento e tudo que é necessário para uma moradia digna", completou.

No local onde moravam as famílias, o governo do Estado está iniciando a construção da fase 3 do Distrito Industrial de Marabá, onde a fábrica Aços Laminados do Pará (Alpa) vai se instalar junto com outras dezenas de empresas atraídas por esse novo empreendimento. A construção da Alpa representa um anseio antigo do povo paraense. Desde que começou a extração do minério de ferro no Pará, no final da década de 70, espera-se pela instalação de um parque siderúrgico no sul do Pará.

"Nós não vamos apenas transformar ferro em aço. Vamos transformar ferro em empregos para as pessoas", declarou o secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro. "Não se surpreendam se junto com a siderúrgica vierem muito mais empresas, muito mais empregos", acrescentou. "Com o apoio decisivo do presidente Lula e da ministra Dilma (Roussef), estamos transformando o que era uma queixa eterna em um empreendimento que vai gerar milhares de empregos no nosso Estado", afimou a governadora.

Investimentos - Além do Distrito Industrial que abrigará a nova planta siderúrgica do Estado, outros investimentos estão sendo feitos na região, visando transformar o sul do Pará em uma grande rota de desenvolvimento. Outra reivindicação, as eclusas de Tucuruí, estarão 100% operacionais até o início de 2010.

Com as eclusas, toda a produção de grãos da região Centro-Oeste do país poderá escoar pelo porto de Vila do Conde. A construção das eclusas de Tucuruí representa um investimento de cerca de R$ 900 milhões na economia paraense. Para dar operacionalidade à hidrovia Tocantins-Araguaia, o governo do Estado e o governo federal investirão mais R$ 340 milhões. A hidrovia e as eclusas vão encurtar distâncias em mais de 500 quilômetros em relação ao transporte rodoviário, representando uma economia de 15% com transporte.

Escoamento - Um terminal hidroviário está sendo construído na cidade de Marabá, para servir de junção entre o modal rodoviário e a hidrovia. O Porto Público de Marabá receberá investimentos de R$ 80 milhões do governo do Estado, e a partir dele será transportado minério de ferro, ferro gusa e o aço fabricado na cidade. O porto servirá também para o escoamento de outros produtos da região, como níquel, bauxita, ouro e cobre, além de produtos da cadeia agropecuária, como a carne bovina.

O Porto de Vila do Conde, no município de Barcarena, também está recebendo investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Infraestrutura e Transportes do governo federal. Há pouco mais de dois meses, a ministra Dilma Roussef inaugurou a nova rampa de embarque do porto, tornado mais ágil o carregamento dos navios atracados na cidade.

Associados aos investimentos em infraestrutura, o governo do Estado investe também no fortalecimento do comércio. Na última quarta-feira (18), o Estado assinou convênios com a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex), com o objetivo de capacitar o Estado para ações que buscam atrair, reter e aumentar o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil.

A celebração do convênio aconteceu no Palácio dos Despachos, com a presença do presidente da Apex-Brasil, Alessandro Teixeira, e do secretário adjunto de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, João Weyl, que representou a governadora Ana Júlia Carepa.

Internacional - Na semana passada, Ana Júlia Carepa assinou acordos com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estabelecendo novas relações comerciais entre o Pará e aquele país. Estes acordos serão potencializados com a adesão do país vizinho ao Mercosul, aprovada pelo Senado Federal recentemente.
Entre os convênios firmados está um que cria uma rota marítima entre o porto de Vila do Conde e a Venezuela, facilitando a exportação de gado e derivados da indústria siderúrgica, e a importação de derivados de petróleo e gás natural, que deverá ser usado no polo de Marabá.

"Os produtores de gado do sul do Pará poderão enviar seus produtos pelo porto de Vila do Conde, fazendo com que eles cheguem mais rápido, e portanto mais baratos ao exterior, aumentando as vendas, gerando mais emprego e mais renda para o Estado", afirmou a governadora.

Segurança - Na cerimônia, Ana Júlia Carepa entregou ao comandante de policiamento da região, coronel Eissman, mais duas viaturas, tipo pick-up, e seis motos. Estes veículos se somam aos quase mil veículos já adquiridos pelo Estado para as forças de segurança.

Sobre a decisão do Tribunal de Justiça em encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de intervenção federal no Estado, a governadora disse estar tranquila. "Vamos ter a oportunidade de mostrar ao Supremo tudo o que estamos fazendo no campo da regularização fundiária", disse ela. "Gostaria que a sociedade tomasse conhecimento, e a justiça também, da nossa iniciativa em pedir a anulação de mais de 80 títulos fraudulentos de terra, o que representa mais de 5 milhões de hectares de terras griladas", completou Ana Júlia Carepa.

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